Quem vai ser o novo vencedor da Volta ao Algarve? Garantia só há essa. Quem ganhar, será a primeira vez. Este domingo, no Malhão, será coroado um campeão inédito. Ethan Hayter (Ineos Grenadiers) sai em vantagem, mas numa etapa de sobe e desce constante, principalmente a partir dos 65 quilómetros e com a chuva a ameaçar marcar presença, depois de dias de muito calor… está preparada a receita para um dia imprevisível.
A etapa tem características que muito fazem lembrar uma clássica das Ardenas e com um terreno tão ondulado, quem ambiciona a camisola amarela, o pódio, o top 10, a vitória de etapa, terá 170,1 quilómetros que vão testar a forma física de cada um. Serão 3280 metros de acumulado. Ainda mais, numa etapa curta, que arrancará de Albufeira, o ritmo é muitas vezes elevado.
A última hora será uma sucessão de subidas exigentes, antes da escalada do Malhão (2,6 quilómetros com inclinação média de 9,2%), que este ano só se fará uma vez. As restantes subidas estão colocadas em Vermelhos (3,2 km a 5,9%, a 43,1 km da chegada), Ameixeiras (1 km a 14%, a 32,2 km da meta) e Alte (2,1 km a 5%, a 14 km do final). Antes de chegar a estas subidas, o pelotão “aquecerá” na Picota e Barranco Velho, também elas terceiras categorias. Só o Malhão é de segunda.
Esta etapa tem sido uma garantia de grande espectáculo na Volta ao Algarve e conta com uma vitória recente de um dos homens da casa: Amaro Antunes. O ciclista da W52-FC Porto venceu em 2017, mas desta feita as atenções entre os portugueses vão centrar-se no seu colega de equipa João Rodrigues. Também é algarvio e conhece muito bem a subida, tendo uma oportunidade de conquistar uma corrida que não é ganha por um ciclista português desde 2006. Tem 12 segundos para recuperar.
Hayter pode sair em vantagem, mas a queda no contrarrelógio deixou um ponto de interrogação quanto à sua capacidade física. A Ineos procura mais uma vitória na Volta ao Algarve, depois de já ter visto Richie Porte, Geraint Thomas e Michal Kwiatkowski vencer, então com o nome Sky. Porém, perante as curtas diferenças, poderá sofrer ataques, com Kasper Asgreen (Deceuninck-QuickStep) – vencedor do contrarrelógio a estar a 21 segundos e Thibault Guernalec (Arkéa Samsic) a 22.
O Malhão tem tido como vencedores algumas referências do World Tour, como é o caso de Miguel Ángel López (2020) e Michal Kwiatkowski (2018), com Richie Porte a ganhar por duas vezes (2012 e 2015). Quem parecia gostar bastante desta subida da Serra do Caldeirão era Alberto Contador. O espanhol venceu em 2010, 2014 e 2016.