E lá vão três! Fabio Jakobsen começa a assumir-se como o rei dos sprints em Lagos. Terceira vitória para o neerlandês, depois de mais um sprint avassalador deste ciclista que simplesmente não está a dar hipótese à concorrência. São três vitórias no Algarve (depois de 2019 e 2020), são três vitórias na temporada. A Quick-Step Alpha Vinyl teve outro ciclista no pódio, pois Remco Evenepoel é o melhor jovem, ele que está na 48.ª edição da Volta ao Algarve para tentar ganhar a corrida pela segunda vez.
Ou seja, a equipa belga tem a Camisola Amarela Turismo do Algarve e a Verde Crédito Agrícola (dos pontos) com Jakobsen e a Branca IPDJ com Evenepoel. Muito gosta a Quick-Step Alpha Vinyl de vestir as camisolas no Algarve! Já a Azul Lusíadas está com um português. João Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) foi um dos ciclistas da fuga e aproveitou para garantir a liderança na classificação da montanha, subindo assim ao pódio.
Jakobsen, 25 anos, considera que tem uma “equipa perfeita” e destaca precisamente Evenepoel: “Um grande obrigado ao Remco. Ele está aqui para a classificação geral, mas fez o trabalho perfeito na preparação do sprint.” O neerlandês agradeceu a todos os companheiros, pois “um sprinter não pode ganhar sem eles”.
Realçou ainda como já não há segredos para ele no sprint em Lagos: “Eu estou feliz por vencer novamente aqui em Lagos. Conheço este final muito bem. Fizemos aqui um estágio e já tinha ganhado aqui duas vezes.”
Quedas marcam parte final da etapa
Os 199,1 quilómetros da primeira etapa, que começou em Portimão, pareciam estar a decorrer como o esperado. Constituiu-se uma fuga, enquanto no pelotão a aliança belga assumiu as despesas para garantir que tudo estava controlado para um sprint final. Quick-Step Alpha Vynil, Intermaché-Wanty-Gobert Matériaux e Alpecin-Fenix – todas formações da Bélgica com sprinters -, revezaram-se a impor ritmo.
Asier Etxeberria (Euskaltel-Euskadi), Fábio Oliveira (ABTF-Feirense), Hugo Nunes (Rádio Popular-Paredes-Boavista) e João Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) estiveram muitos quilómetros na frente, até 35 da meta.
João Matias venceu a batalha pela Camisola Azul Lusíadas, ao ser segundo na quarta categoria de Aldeia dos Matos (39,1 quilómetros) e primeiro na terceira categoria de Nave (97,8).
Matias venceu também a meta volante em S.B. Messines (54,6 quilómetros), enquanto Hugo Nunes foi o mais forte na de Aljezur (128,3) e Vila do Bispo (162,7). No entanto, é o vencedor da etapa o líder da classificação por pontos, ainda que “empreste” esta quinta-feira a Camisola Verde Crédito Agrícola Bryan Coquard (Cofidis), segundo na etapa.
Porém, a 38,5 quilómetros da meta uma queda começou a mudar um pouco a história da etapa. O pelotão partiu, com as equipas portuguesas a serem as mais afetadas. Muitos ciclistas ficaram para trás. A cerca de 12 quilómetros, nova queda. Resultado, o grupo da frente foi pequeno, ainda que contasse com a maioria dos principais candidatos à vitória tanto na tirada, como entre os que querem lutar pela geral.
Alexander Kristoff (Intermaché-Wanty-Gobert Matériaux) foi terceiro após a desclassificação de Jordi Meeus. O ciclista da Bora-Hansgrohe fez um sprint irregular. O melhor português foi Rui Oliveira (UAE Team Emirates), ao terminar na quinta posição.
Subida à Fóia
Esta quinta-feira é dia da subida ao Alto da Fóia, na Serra de Monchique. Serão 182,4 quilómetros, que começam em Albufeira e serão um teste importante para os trepadores que podem não se adaptar tão bem ao longo contrarrelógio de sábado desta edição. Portanto, com a subida da Picota antes, serão duas ascensões consecutivas longas, com a Fóia a ser de primeira categoria.
Remco Evenepoel venceu em 2020 e acabou por conquistar a geral. Ethan Hayter conquistou a Fóia no ano passado e poderá ser uma das apostas de uma Ineos Grenadiers com mais que uma carta para jogar.