Depois de um contrarrelógio exigente, mas irrepreensível de Remco Evenepoel (Quick-Step Alpha Vinyl), sobra o Malhão para disputar a Camisola Amarela Turismo do Algarve. Em 2022 regressa a dupla passagem na subida de Loulé, com a última a coincidir com a meta. Etapa curta (173 quilómetros), com início em Lagoa e que se espera explosiva, como tem sido hábito neste final.
A 48.ª Volta ao Algarve continua em aberto, ainda que o belga tenha uma vantagem que irá dificultar a missão dos rivais que ainda ambicionam vestir a amarela. Porém, é uma etapa que pede ataques e poderá ser um dia complicado para a equipa de Evenepoel, que procura vencer a corrida pela segunda vez, depois do triunfo em 2020.
Antes do Malhão (segunda categoria) – a primeira passagem será aos 149 quilómetros -, o pelotão começa a aquecer na Picota (aos 43,6 quilómetros), seguindo-se Vermelhos (106,2) e Alte (135,5). Todas subidas de terceira categoria. As metas volantes estão instaladas em Paderne (34) e Loulé (52,9).
Porém, não serão só as subidas categorizadas que vão criar dificuldades. Haverá mais sobe e desce que vai testar a resistência daqueles que procuram um bom resultado. Em edições recentes, quem conquista o Malhão não é necessariamente o vencedor da Volta ao Algarve. Richie Porte e Michal Kwiatkowski, ambos da então Sky, foram exceções na última década. No entanto, quem luta pela geral não pode fraquejar um metro que seja.
Élie Gesbert (Arkéa-Samsic), Miguel Ángel López (Astana) e Zdenek Stybar (Deceuninck-QuickStep) foram os últimos três vencedores, sendo que em prova está apenas um ciclista que já venceu no Malhão: Amaro Antunes (W52-FC Porto).
Só Richie Porte e Alberto Contador ganharam em mais do que uma ocasião nesta mítica subida da Volta ao Algarve. O espanhol é o recordista: três (2010, 2014 e 2016). Recorde-se que estamos a falar de uma subida curta, menos de três quilómetros, mas com uma pendente média de 9,2%.
Fabio Jakobsen (Quick-Step Alpha Vinyl) está bem encaminhado para conquistar a classificação dos pontos, vestindo a Camisola Verde Crédito Agrícola, Remco Evenepoel luta pela geral, mas está confortável na tabela da juventude, envergando a Camisola Branca IPDJ desde o primeiro dia da corrida. João Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) ambiciona manter a Camisola Azul Lusíadas, da montanha. Não será fácil para um ciclista que está longe de ser um trepador nato, mas que tem estado em destaque no Algarve na luta precisamente por esta classificação.