Sam Bennett imbatível nos sprints algarvios

Dia mais longo da Volta ao Algarve, com 203,3 quilómetros de muito calor. O verão algarvio não intimidou um pelotão que começou a alta velocidade, numa etapa que por tradição acaba ao sprint e não desiludiu em Tavira. Sam Bennett repetiu a dose. Depois de Portimão, venceu na cidade do Gilão e aumentou para sete as vitórias em 2021.

Tal como na primeira etapa, Bennett demonstrou não só ser o mais forte dos sprinters no sul do país, como um dos que em melhor forma está esta temporada. Reforçou ainda a liderança da classificação dos pontos, mantendo a Camisola Verde Crédito Agrícola.

A Deceuninck-Quick-Step foi de tal maneira dominadora na preparação dos metros finais, que até viu Michael Morkov, um dos lançadores por excelência do pelotão, não só a trabalhar para Bennett, como depois a fazer terceiro. Danny van Poppel (Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux) foi novamente segundo.

“Foi um dia mais difícil do que o esperado, sobretudo, pelo calor. Na semana passada treinava à chuva, com sete e oito graus e, por isso, não me senti muito bem ao longo da etapa. Na verdade, mesmo tendo competido no UAE Tour esta foi a primeira corrida do ano com calor a sério”, referiu Bennett. Quanto ao sprint: “A aproximação à meta foi bastante rápida. As restantes equipas entraram com os seus líderes bem posicionados na última curva, não estava na posição ideal, mas o arranque do Michael [Morkov] abriu o espaço necessário e lançou-me para o sprint. É uma vitória importante mas devo-a aos meus colegas.”

Rui Oliveira e Iúri Leitão repetiram o top dez, mas desta feita o ciclista da UAE Team Emirates foi o melhor português (oitavo), com o da Tavfer-Measindot-Mortágua e ser nono.

A primeira hora de corrida, após a partida de Faro, foi feita a 46,4 quilómetros/hora! Depois o ritmo baixou um pouco, mas claramente a vontade era de não reduzir em demasia, não permitindo muitos momentos de relaxamento no pelotão. Ao quilómetro 17, um quarteto iniciou a fuga do dia, com Jetse Bol (Burgos-BH), Julen Irizar (Euskaltel-Euskadi), Javier Moreno (Efapel) e Henrique Casimiro (Kelly-Simoldes-UDO) a distribuírem entre eles as metas volantes e as duas classificações da montanha, até serem apanhados a 11 quilómetros da meta.

Moreno ganhou na Portela da Corcha, com Casimiro a ser primeiro no Cachopo. Ambas as subidas eram de terceira categoria. Porém, João Rodrigues (W52-FC Porto), manteve a Camisola Azul Lusíadas.

A Ineos Grenadiers controlou a distância para a fuga – afinal a liderança da Volta ao Algarve é sua através de Ethan Hayter -, que chegou a rondar os cinco minutos, mas com a Deceuninck-QuickStep e a Bora-Hansgrohe a ajudar, a pensar na preparação do sprint para Sam Bennett e Pascal Ackermann (quinto em Tavira), respetivamente.

Já nos últimos quilómetros, uma queda assustou o pelotão, com Iván Ramiro Sosa, que está a nove segundos do companheiro de equipa na geral, e Luís Fernandes (Rádio Popular-Boavista), a 35 segundos, a ficarem envolvidos, mas continuam no top dez.

“Foi relaxado durante grande parte do dia mas nem por isso foi fácil. A parte final foi acelerada, havia vento de frente e uma tensão constante de estar com os primeiros e evitar alguma queda. Salvámos o dia, não perdemos tempo, por isso está tudo bem. Amanhã veremos como será o contrarrelógio. O plano é simplesmente ir o mais depressa possível”, afirmou o líder da geral, Ethan Hayter.

Este sábado é dia de contrarrelógio, antes da subida ao Malhão, no domingo. O tradicional percurso de Lagoa (20,3 quilómetros), irá testar quem ambiciona a vitória na geral. O Camisola Amarela Turismo do Algarve, Ethan Hayter, João Rodrigues e Jonathan Lastra (Caja Rural) têm o mesmo tempo na geral. E entre o primeiro e o 19.º, Sean Quinn (Hagens Berman Axeon) – detentor da Camisola Branca IPDJ – são 48 segundos.

CLASSIFICAÇÃO COMPLETA.