A Volta ao Algarve, cuja 45.ª edição vai realizar-se entre 20 e 24 de fevereiro, é um evento cada vez mais global. Em primeiro lugar, porque é um acontecimento com forte impacto mediático a nível internacional, mas também por ser uma iniciativa que extravasa a componente desportiva, afirmando inegáveis compromissos económicos, sociais e culturais.
A competição mantém-se na categoria 2.HC, a mais elevada do circuito Europe Tour, atraindo as melhores equipas e grandes estrelas do pelotão internacional. A Volta ao Algarve recebe 12 das 18 equipas WorldTour existentes, entre as quais as três melhores do ranking mundial de 2018: Deceuninck-Quick Step (Bélgica), Team Sky (Reino Unido) e Bora-hansgrohe (Alemanha), às quais se juntam mais nove formações de primeira divisão: CCC Team (Polónia), Groupama-FDJ (França), Lotto Soudal (Bélgica), Team Dimension Data (África do Sul), Team Katusha Alpecin (Suíça), Team Jumbo-Visma (Holanda), Team Sunweb (Alemanha), Trek-Segafredo (Estados Unidos da América) e UAE Team Emirates (Emirados Árabes Unidos).
A 45.ª Volta ao Algarve contará com quatro coletivos de categoria continental profissional, o segundo escalão da modalidade, destacando-se as duas primeiras do ranking Europe Tour por equipas em 2018, Wanty-Groupe Gobert (Bélgica) e Cofidis, Solutions Crédits (França), às quais se somam a Caja Rural-Seguros RGA (Espanha) e a W52-FC Porto (Portugal). O pelotão completa-se com as oito equipas continentais portuguesas: Aviludo-Louletano, Efapel, LA Alumínios-LA Sport, Miranda-Mortágua, Rádio Popular-Boavista, Sporting-Tavira, UD Oliveirense-InOutBuild e Vito-Feirense-PNB.
Num contexto de aparecimento de corridas em datas coincidentes ou incompatíveis com a participação na Volta ao Algarve, a corrida portuguesa resiste como um dos eventos com maior capacidade de atração das melhores equipas mundiais. Para isso contribuem o clima e as estradas algarvias, mas também o percurso desenhado pela organização da prova.
A Volta ao Algarve arranca com uma etapa para sprinters, 199,1 quilómetros, que ligam a Cidade Europeia do Desporto, Portimão, a Lagos. A segunda etapa será o primeiro teste à condição dos candidatos ao triunfo final, uma viagem de 187,4 quilómetros entre Almodôvar e o alto da Fóia, em Monchique.
Ao terceiro dia chega o contrarrelógio individual de 20,3 quilómetros, com partida e chegada em Lagoa. A quarta etapa vai, novamente, dar uma oportunidade aos velocistas, ao cabo dos 198,3 quilómetros que ligam Albufeira a Tavira. A Volta ao Algarve termina com uma ligação de 173,5 quilómetros, entre Faro e o alto do Malhão, Loulé, que se adivinha decisiva, tendo em conta a dificuldade da subida coincidente com a meta.
Componente Económica e de Comunicação
Como qualquer grande evento desportivo, a Volta ao Algarve é também um projeto de comunicação. Neste caso, visa mostrar a região como local privilegiado para a prática de ciclismo ao longo de todo o ano, funcionando como cartaz de divulgação global das condições ímpares do Algarve.
A 45.ª edição da corrida terá transmissão televisiva em direto nos cinco continentes, destacando-se a cobertura do Eurosport, que mostrará as imagens do Algarve em 148 milhões de lares. Além do acompanhamento mediático, cada vez mais a importância dos eventos mede-se pela capacidade de chegar aos cidadãos, via redes sociais. As equipas e os corredores presentes na Volta ao Algarve somam 13,3 milhões de seguidores nas principais redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram).
A divulgação da região é investimento para a captação futura de visitantes, que se complementa, durante a Volta ao Algarve e nas semanas anteriores, com o contributo direto para reduzir a sazonalidade. A caravana da corrida e os adeptos que se deslocam propositadamente ao Algarve para participar ou assistir à corrida representam milhares de dormidas em época baixa.
Componente Social
A Federação Portuguesa de Ciclismo assinala 120 anos de atividade ininterrupta em 2019. A Volta ao Algarve integra o programa das comemorações e pretende ser uma evento-modelo para o futuro. Nesse sentido, assume um importante papel de responsabilidade social, com três eixos: estímulo à prática desportiva generalizada, integração social e contributo para uma sociedade mais saudável e sustentável.
O convite à prática desportiva generalizada tem dois momentos principais durante a Volta ao Algarve. O Algarve Granfondo Cofidis é aquele que tem maior notoriedade, juntando cerca de 800 participantes, oriundos de mais de dez países, no dia 24 de fevereiro, em Loulé. É um evento que também assume vocação social, pois a Cofidis contribuirá para a reflorestação da serra de Monchique, através da plantação de uma árvore por cada participante.
O outro momento alto de ciclismo popular será a Volta ao Algarve Feminina, no dia 23 de fevereiro, em Albufeira. Trata-se de um passeio com baixo grau de dificuldade, exclusivamente para mulheres, que se afirma como uma motivação para a prática desportiva feminina.
A integração social das pessoas portadoras de deficiência é o objetivo da demonstração de paraciclismo, que acontecerá em Faro, no dia 24, momentos antes da partida da última etapa da competição profissional. Participarão quatro cegos, uma área da deficiência ainda com escassa penetração do paraciclismo.
A Volta ao Algarve Kids, percurso de ciclismo de iniciação com participação gratuita para crianças, vai funcionar em Portimão, nas horas que antecedem a partida da primeira etapa da Cidade Europeia do Desporto, e estará também disponível no Mar Shopping Algarve, nos dias 16, 17, 23 e 24 de fevereiro. Esta iniciativa visa motivar os jovens para a utilização da bicicleta, não só em contexto desportivo e de lazer, mas também para as deslocações quotidianas, contribuindo para uma sociedade mais sustentável e amiga do ambiente.
Componente Cultural
A Volta ao Algarve assume também uma vocação cultural. O Mar Shopping vai receber, de 7 a 28 de fevereiro, a exposição de fotografias “A Volta ao Algarve e o Território”, coleção de imagens fascinantes colhidas pela lente de João Fonseca, um dos fotógrafos oficiais da corrida.
João Calado, outro dos fotógrafos da Volta ao Algarve, é também músico. Compôs e interpretou, em guitarra portuguesa, “A Catita”, música inspirada nos altos e baixos do percurso, no esforço e na abnegação dos ciclistas. A composição foi hoje ouvida pela primeira vez em público, durante a cerimónia de apresentação da Volta ao Algarve.