Alto do Malhão. Um final tradicional, mas todos os anos com uma história muito própria. Na dupla passagem por esta subida – a segunda coincide com a meta – pode decidir-se uma Volta ao Algarve. Com 47 segundos de vantagem, Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), que vestiu a Camisola Amarela Turismo do Algarve após o contrarrelógio, tem uma boa vantagem. Mas será suficiente?
A subida é curta, menos de três quilómetros, mas tem uma pendente média de 9,3%. Não há pontos fáceis e pede ciclistas com capacidade de aceleração neste tipo de dificuldades. Como Thomas Pidcock (INEOS Grenadiers) ou Sergio Higuita (BORA-hansgrohe), os dois últimos vencedores no Malhão e que podem este domingo repetir o feito.
Contudo, também é possível ciclistas menos conhecidos pelas suas capacidades de “trepador” vencer. A maior surpresa foi Zdenek Stybar (Deceuninck-Quick Step), em 2019, um homem de clássicas, que tirou proveito da fuga do dia. Grandes nomes estão na lista de vencedores, caso de Alberto Contador (2014 e 2016), Richie Porte (2012 e 2015) e Michal Kwiatkowski (2018).
A derradeira etapa da 50ª Volta ao Algarve (165,8 quilómetros) começa em Faro (11h25), com as subidas da Picota (43,8 quilómetros), Vermelhos (99) e Alte (128,3) – todas de terceira categoria – a contribuírem para “aquecer” o final emocionante que se espera no Malhão (segunda categoria), sem esquecer os pontos em jogo para a Camisola Azul Água é Vida, símbolo do líder da montanha, que está na posse de Daniel Martínez (BORA-hansgrohe).
A meta volante estará aos 28,6 quilómetros em Loulé, neste caso com a luta pela Camisola Verde Crédito Agrícola (classificação dos pontos) em destaque. Gerben Thijssen (Intermarché-Wanty) veste-a desde a vitória em Lagos, na primeira etapa.
Remco Evenepoel foi quinto e terceiro nas duas edições da corrida, que acabaria por ganhar (2020 e 2022) e partirá para a quinta etapa com 47 segundos sobre Daniel Martínez e 1:12 minutos sobre Jan Tratnik (Team Visma | Lease a Bike). Se conquistar a geral, será o segundo ciclista a fazer o tri, depois do português Belmiro Silva (1977, 1981 e 1984).
Outro ponto de interesse é a classificação da juventude. Magnus Sheffield (INEOS Grenadiers) recuperou a Camisola Branca IPDJ no contrarrelógio de Albufeira, este sábado, mas o português António Morgado (UAE Team Emirates) está apenas a cinco segundos do americano.
É uma etapa de constante sobe e desce, muito desgaste, ainda mais depois de quatro intensos dias de mais uma excelente edição da Volta ao Algarve. Será que Remco Evenepoel fará mais um pouco de história?