Magnus Cort Nielsen “tira” vitória a Ilan van Wilder no Alto da Fóia

Vitória milimétrica de Magnus Cort Nielsen no Alto da Fóia! O ciclista da EF Education-EasyPost celebrou depois de cortar a meta ao contrário de Ilan van Wilder (Soudal Quick-Step), que pensou ter a vitória garantida na segunda etapa da 49ª Volta ao Algarve, quando viu o dinamarquês ultrapassá-lo no último momento.

Final dramático para o jovem belga, com o bem conhecido espírito lutador de Magnus Cort Nielsen a vir ao de cima. Soube proteger-se quando, nos 30 quilómetros finais, a INEOS Grenadiers com a ajuda da Soudal Quick-Step (principalmente de Kasper Asgreen) colocaram um ritmo fortíssimo. O dinamarquês não surgia como um dos favoritos a vencer no Alto da Fóia, mas escolheu a altura certa para surpreender e é o novo Camisola Amarela Turismo do Algarve.

“Senti-bem durante a subida. Não estava na zona de conforto, mas os quilómetros passavam e senti que tinha forças para o sprint. Faltam cinco quilómetros, quatro quilómetros o ritmo da subida era duro, mas constante, o que me fez acreditar que teria hipótese”, explicou Magnus Cort Nielsen.

“Nos últimos 500 metros todos queriam estar perto da frente, mas o vento era frontal e tive receio de arrancar cedo demais. Lutei por encontrar uma boa posição, encontrei uma aberta nos últimos metros e consegui vencer”, acrescentou.

Magnus Cort Nielsen lidera com quatro segundos de vantagem sobre Ilan van Wilder, com o português Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) a ser terceiro na etapa e a ocupar a mesma posição na geral, a seis segundos do dinamarquês. O vencedor do Giro, Jai Hindley (BORA-hansgrohe) e Valentin Madouas (Groupama-FDJ) estão a 10 segundos, com vários corredores a menos de 20 da liderança.

Ou seja, no Alto da Fóia foram feitas as primeiras diferenças, mas está tudo em aberto na classificação geral.

“A equipa teve confiança em mim. Não sabia se estaria em condições no termo de uma subida de sete ou oito quilómetros, mas tanto eu como o diretor desportivo achamos que devíamos tentar. Para mim, vencer nestas condições, é fenomenal. Tenho uma ou outra vitória em subida, mas geralmente em fugas e grupos reduzidos. Nunca tinha vencido em subida os favoritos à classificação geral. Estou super feliz”, salientou o novo líder da corrida.

Sagres recebeu a partida para os 186,3 quilómetros da etapa que levou os ciclistas até à Serra de Monchique, com a chegada à Fóia. A fuga não demorou muito a formar-se, mas desde cedo percebeu-se que as equipas com candidatos à geral não iam deixar que esta tivesse sucesso. A vantagem nunca foi muito além dos três minutos.

Matthew Gibson (Human Powered Health), Rafael Lourenço (AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense), Tomas Contte (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), Gaspar Gonçalves (Efapel Cycling), António Ferreira (Kelly-Simoldes-UDO) e João Matias (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua) resistiram até aos 30 quilómetros finais, quando o pelotão aumentou a velocidade e a INEOS Grenadiers tomou conta das operações.

Destaque para o vencedor da classificação da montanha em 2022, João Matias, e para António Ferreira, que enverga a Camisola Azul Cyclin’Portugal e muito lutou para a manter. Conseguiu por um ponto apenas. Foi segundo nas terceiras categorias de Casais e Alferce, com Rafael Lourenço (AP & Resorts-Tavira-SCFarense) a passar em primeiro em ambas.

Rafael Lourenço também subiu ao pódio como o ciclista mais combativo da etapa, distinção atribuída por votação do público. Já Matias, desta feita, concentrou-se em vencer a meta de volante em Monchique.

Na aproximação à subida de segunda categoria na Picota – imediatamente antes da Fóia – estava um grupo reduzido na frente, com os candidatos à geral a posicionarem-se para a dificuldade final. Kasper Asgreen (Soudal Quick-Step), Michael Kwiatkowski e Jonathan Castroviejo (INEOS Grenadiers) foram os primeiros a passar no prémio da montanha. Porém, todos estavam focados em implementar um ritmo bem alto.

Nos muito aguardados 7,7 quilómetros (6,3% de pendente média) finais, alguns ciclistas foram perdendo contacto, com a INEOS Grenadiers a controlar a frente da corrida. A decisão deu-se ao sprint, com Magnus Cort Nielsen a somar mais uma vitória na carreira, sendo um ciclista que conta com triunfos no Tour e na Vuelta.

Outro dinamarquês, mas da BORA-hansgrohe, também esteve no pódio. Frederik Wandahl vestiu a Camisola Branca IPDJ, símbolo da classificação da juventude.

Alexander Kristoff (Uno-X), vencedor da primeira etapa, em Lagos, manteve a Camisola Verde Crédito Agrícola (pontos).

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