Contrarrelógio abre fim de semana decisivo

Fim de semana de decisões na Volta ao Algarve, com o contrarrelógio de Lagoa a definir quanto tempo irá separar aqueles que ambicionam subir ao pódio final no Malhão como o vencedor da 47ª edição.

Há três anos que esta cidade do Algarve recebe a etapa em que cada ciclista está por conta própria para, com os especialistas a terem pela frente 20,3 quilómetros, que incluem subidas, zonas técnicas que obrigam a quebras de ritmo e testam a resistência de todos.

O então campeão da Europa de contrarrelógio, Remco Evenepoel (Deceuninck-QuickStep), venceu em 2020, no dia em que garantiu a vitória na Volta ao Algarve. 2019 foi Stefan Küng (Groupama-FDJ) a ser o mais rápido, ele que é um campeão suíço e entretanto tornou-se no campeão europeu da especialida. Recuando mais um ano, Geraint Thomas (Ineos – na altura ainda Sky) mostrou porque é também ele um dos melhores do pelotão, ainda que depois tenha visto o companheiro Michal Kwiatkowski conquistar a geral.

Com no domingo a etapa do Malhão a prometer algumas dores de pernas, dado o constante sobe e desce, no que tanto parece com um dia de clássica, no pensamento dos candidatos estará a necessidade de ganhar ou pelo menos não perder muito tempo, mas sabendo que é preciso no dia seguinte estar bem fisicamente. E ainda há mais um fator a ter em conta: o vento poderá ter influência na prestação dos ciclistas.

As atenções vão inevitavelmente centrar-se em Ethan Hayter, a surpresa no Fóia. O jovem britânico da Ineos está de amarelo, mas tem o mesmo tempo que João Rodrigues (W52-FC Porto) e Jonathan Lastra (Caja Rural). Entre o primeiro classificado e o 19º – líder da juventude Sean Quinn (Hagens Berman Axeon) – são 48 segundos de diferença. A partir do 20º, é ultrapassada a barreira de pelo menos um minuto.

Hayter tem escola (e títulos) na pista e apresenta-se como um todo o terreno, capaz de se adaptar a vários tipos de percursos na estrada. João Rodrigues é algarvio, pelo que não há percurso desta corrida que não conheça muito bem.

Mas quando se fala de vitória de etapa, há alguns candidatos. Kasper Asgreen (Deceuninck-QuickStep) tem oportunidade de reentrar na luta pela geral, tendo 44 segundos para recuperar. Nils Politt (Bora-Hansgrohe) também se adapta bem ao percurso de Lagoa e foi nono tanto em 2020, como em 2019.

Depois temos alguns jovens franceses de muita qualidade no contrarrelógio, como é o caso de Benjamin Thomas (Groupama-FDJ), Matis Louvel e Thibaut Guernalec (Arkéa Samsic), todos eles já com bons resultados este ano.

E claro, numa perspectiva portuguesa, as atenções vão centrar-se em Ivo Oliveira (UAE Team Emirates), o campeão nacional da especialidade.

ORDEM DE PARTIDA DO CONTRARRELÓGIO.